quinta-feira, 29 de outubro de 2009

É preciso resistir!

Bem, estamos quase no final do ano já, então creio que já passou da hora de fazermos um balanço sobre o que representou os protestos do dia 10 de março. Precisamos compreender por quê perdemos a batalha e em que condições essa derrota se deu.
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O primeiro ponto que eu quero levantar é: o 10 de março deste ano foi uma data histórica da nossa escola e, mais importante, única. Histórica porque foi o dia em que os alunos manifestaram sua insatisfação frente a uma direção autoritária e desumana. Única porque deu aos alunos o sentimento de que eles podiam mudar a escola, que o destino da escola estava nas nossas mãos, seja para o bem ou para o mal (embora infelizmente o segundo esteja prevalecendo). Cabe portanto perguntar: se estávamos insatisfeitos com a direção e já haviamos feito uma tentativa de mudar os rumos da escola, POR QUE FRACASSAMOS?
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Para respondermos isso precisamos compreender em que condições tudo isso se deu. E as condições eram extremamente desfavoráveis para nós por dois motivos:
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1°- Não havia naquele momento nenhum movimento organizado por parte dos alunos para dar um caminho aos protestos. Tudo foi feito de uma hora para a outra, e não tivemos tempo de planejar direito o que fazer, apesar dos esforços de muitos companheiros que perdiam dias e noites na tentativa de organizar os alunos. Resumidamente, NÃO HAVIA UMA VANGUARDA REVOLUCIONARIA QUE GUIASSE O PROCESSO, NEM MASSAS ORGANIZADAS PARA A LUTA.
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2°- Pelo fato de não termos uma liderança e organização nós também não tinhamos um "rumo" definido. Não tinhamos um PROGRAMA de mudanças. Tinhamos um amontoado de reivindicações, mas nada de caráter programático, que expressasse nossos desejos mais amplos.
Esses foram, na minha opinião o motivo de não termos alcançado o ponto que desejávamos
Mas precisamos contar também onde acertamos e no que saímos vitoriosos.
Creio que nosso principal acerto foi não ter cedido uma linha do que queríamos, e o principal, LUTAR PELO QUE QUERÍAMOS.
E por isso tivemos algumas vitórias, poucas mas decisivas.
A principal que eu gostaria de destacar foi o Conselho, que tem, entre seus cinco membros efetivos¹, três das lideranças dos protestos, que somados totalizam mais de mil votos, ou seja, mais da metade da escola.
Isso é extremamente importante pois dá o "caldo subversivo" que faltava ao Conselho. E dentre todas as conquistas creio que a mais importante se deu na luta pela entrada na 2° aula para o noturno, da qual o Conselho foi quase unânime no seu apoio. Portanto, dizer que "não adiantou de nada" é desmerecer a luta de vários companheiros que arriscaram até suas matrículas² para mudar a escola.
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Depois de pensar onde erramos, onde acertamos, e entender o porquê de tudo isso, temos que saber o que fazer de agora em diante. Desistir acho que não é a melhor alternativa depois de tanta luta, ou então tudo estará jogado no lixo e aceitaremos passivamente a barbárie. Ou então começaremos do começo novamente, corrigindo todos os nossos erros anteriores para que não aconteçam novamente, e seguiremos rumo à vitória para mudar o nosso esquecido e abandonado José Vieira de Moraes!
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Hasta la victória siempre!³ Che Guevara
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¹ Cinco membros efetivos que representam os alunos, não contando é claro professores, funcionários e pais.
² Leia sobre esse fato aqui no blog: 28/05/09 - "O Dia"
³ "Até a vitória, sempre!"

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