quarta-feira, 25 de novembro de 2009

...O mundo dá voltas...

24/11
Estava marcado para realizarmos uma passeata até a DE da Sul-3. O combinado era todos ficarem do lado de fora e iniciarmos a passeata às 8h. Quando chegamos à escola, às 7h, todos haviam entrado e somente alguns pouquíssimos alunos estavam lá fora para realizar a passeata. O clima geral foi de decepção e de derrota.
Por volta das 8h o pessoal do sindicato chega e resolve que devemos realizar uma reunião para decidirmos o que fazer com aquele número reduzido de pessoas. Durante a reunião chegam os deputados que haviam sido convidados por nós para participar do nosso ato. Aproveitando a ocasião da chegada dos deputados, tentamos realizar uma reunião junto com a diretora, para que os deputados pudessem se inteirar melhor do caso e nos ajudasse. Mas a tentativa foi frustrada, pois a Diretora se negou a conversar com os deputados por estar "muito ocupada". Tendo visto essa atitude um deputado chegou a comentar: "nem nas cadeias onde visitei fui tratado dessa forma".
Isso ocorreu por volta das 10h já. Nesse momento, chegou o carro de som que nos acompanharia na passeata, decidimos fazer o uso dele ali mesmo, para pressionar a Direção a nos atender. Visto que nada seria feito, começamos a pedir aos alunos que descessem para o pátio e protestassem, pra que ela nos ouvisse. Pedimos também para que tentassem sair para que engrossasse o movimento nas ruas. Pouco depois que isso foi dito no carro de som houve a abertura dos portões e os alunos começaram a sair em grandes grupos. Alguns continuaram dentro da escola porque a diretora os trancou no prédio para que não descessem para o pátio e, assim, saíssem para protestar. Alguns alunos, sabendo que isto ocorria na escola, entraram e exigiram que os portões fossem abertos para que os alunos pudessem decidir sobre o que desejavam fazer. Depois de muita discussão conseguimos que os portões fossem abertos e os alunos liberados.
Com a abertura do portão, a Sra. Diretora me chamou para conversar na sala dela. Fui e chamei mais alguns colegas para que houvesse testemunhas em caso de repressão ou ameaça. Mas daquela vez não foi preciso, a Feitosa foi extremamente educada conosco (coisa que não via há tempos) e nos perguntou porquê potestávamos. Explicamos que desde o início do ano tentamos várias vezes dialogar com a direção sobre diversas decisões tomadas por parte dela e que ela nunca nos ouviu ou acatou nossa opinião, e que por isso a nossa luta não era mais para estabelecer um diálogo (já que este não funcionava), mas se tratava agora de pedir o afastamento dela da Direção da Escola.
Enquanto isso, nas ruas ficaram sabendo que a diretora havia nos chamado para a sala dela. Daí acharam que ela estava nos ameaçando ou coagindo e entraram na escola exigindo que fossemos "soltos". Mas eu saí e acalmei os ânimos, avisando que estávamos apenas conversando.
Propus à diretora que fosse feita uma reunião com uma comissão composta de pais, alunos professores, sindicato, deputados, enfim, todos os envolvidos no movimento, e o Sr. Samuel (dirigente de ensino), a Hágda
(supervisora) e ela. Ela aceitou e disse que o Samuel já estava a caminho. Saímos da sala dela e fomos contar o que havia sido decidido para todo o movimento. Voltamos para a rua e continuamos o ato, dessa vez procurando formar as comissões para a reunião.
Formadas as comissões entramos na escola e fomos para a reunião. Vale lembrar que quem controlava a entrada da escola já não eram os funcionários, mas sim a polícia! Polícia essaque proibiu a entrada de um reportér de jornal local, e que nos separava em "pares", como na Arca de Noé, e nos organizava em fila, como num quartel, para que "não houvesse bagunça".

Assim fomos para a sala 15 para iniciar a reunião... (continua...)

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